Uma das grandes preocupações de designers, sejam freelancers ou iniciantes, é o medo ao definir a precificação para designers. De fato, muitos acabam chutando um valor ou usando calculadoras online sem entender a lógica por trás dos números.
Mas a grande maioria desses métodos não leva em conta sua realidade, seus custos e suas metas. Isso porque o preço de um projeto pertence à sua estratégia de negócio, mas os profissionais frequentemente o tratam como um palpite.
Quais os problemas que posso ter ao cobrar o preço errado?
Fique alerta, pois usar um preço baixo demais pode causar desde a desvalorização do seu trabalho até o seu esgotamento profissional (burnout). Embora seja difícil um cliente reclamar que você cobrou barato, é direito seu construir uma carreira sustentável e lucrativa.
Primeiramente, o problema mais grave é atrair o perfil de cliente errado. Clientes que buscam apenas o menor preço são, geralmente, os que mais pedem alterações e não valorizam o processo criativo. Portanto, cobrar barato é um filtro que atrai os piores tipos de projeto.
Além disso, se você utiliza o design como sua principal fonte de renda, cobrar pouco pode levar seu negócio à falência. Você pode acabar com a sensação de estar trabalhando muito apenas para “pagar as contas”. Sendo assim, fique atento e pare de cobrar com base no “achismo”!
[Sugestão de imagem: Um designer com uma expressão preocupada, olhando para uma calculadora e várias contas espalhadas na mesa. Alt text: Ansiedade na precificação para designers ao calcular custos.]
Como os Designers Costumam Precificar (e Onde Erram)?
Atualmente, existem dezenas de formas de se chegar a um preço. Mas quando se é iniciante, a tendência é buscar o caminho mais “fácil”, que nem sempre é o mais correto ou lucrativo.
Centenas de designers optam por simplesmente perguntar o preço para colegas. Contudo, o erro é que o custo de vida, a experiência e a estrutura de outro profissional são completamente diferentes da sua.
Geralmente, vemos os métodos de precificação de três formas: por hora, por projeto (preço fixo) ou por valor agregado. Vamos detalhar cada um deles.
Método 1 de Precificação para Designers: Calcular seu Preço por Hora
Pode até parecer algo difícil, mas não é. Hoje em dia, existem planilhas e métodos claros para definir sua hora de trabalho. Este método é a base de toda precificação saudável.
Calculando seus Custos e Metas
Primeiramente, liste todos os seus custos mensais (pessoais e profissionais).
- Custos Pessoais: Aluguel, contas, alimentação, etc. (Ex: R$ 2.500)
- Custos Profissionais: Softwares (Adobe, Figma), hospedagem, impostos, etc. (Ex: R$ 500)
- Investimentos: Cursos, equipamentos. (Ex: R$ 300)
- Custo Total Mensal: R$ 3.300
Logo em seguida, defina seu salário (lucro líquido desejado). Ex: R$ 2.000. Desta forma, sua meta de faturamento mensal é: R$ 3.300 + R$ 2.000 = R$ 5.300.
Calculando as Horas Produtivas e o Valor Final
Agora, considere suas horas produtivas reais (descontando tempo de prospecção, estudo, etc.). Uma média realista é de 4 a 5 horas faturáveis por dia.
- Vamos usar 5 horas/dia x 22 dias/mês = 110 horas produtivas/mês.
Enfim, calcule o valor da sua hora: R$ 5.300 / 110 horas = R$ 48,18 por hora. Arredondando, seu valor mínimo por hora é R$ 50,00.
[Sugestão de imagem: Infográfico mostrando a fórmula: (Custos + Salário) / Horas Produtivas = Valor/Hora. Alt text: Fórmula de precificação para designers baseada em valor por hora.]
Método 2: Precificação para Designers por Projeto (Preço Fixo)
De certa forma, este é o modelo preferido pela maioria dos clientes. No entanto, para o designer, ele exige mais experiência na estimativa.
O preço fixo é uma estimativa de horas multiplicada pelo seu valor/hora, mais uma margem.
Como Estimar o Preço Fixo
Primeiramente, detalhe todo o escopo do projeto (o que está incluso e o que não está). Em seguida, estime as horas para cada etapa (briefing, pesquisa, criação, apresentação, ajustes, finalização). Ex: 30 horas. Agora, calcule o preço base: 30 horas x R$ 50/hora = R$ 1.500. Finalmente, adicione sua margem de complexidade e lucro (20% a 30% é um bom começo): R$ 1.500 + 30% = R$ 1.950. Este seria o valor final.
Método 3: A Precificação Avançada por Valor Agregado
Este método é o mais lucrativo, mas exige mais habilidade de negociação. Aqui, o preço se baseia no impacto que seu trabalho trará ao negócio do cliente.
Um logotipo para uma pequena confeitaria não tem o mesmo impacto que um para uma rede nacional. Portanto, o valor percebido e o retorno financeiro (ROI) para o cliente são diferentes.
Perguntas Estratégicas para Precificar por Valor
- Qual o faturamento anual da empresa?
- Qual o objetivo deste projeto (Ex: Aumentar vendas em X%)?
- Qual o público-alvo?
- Quanto a empresa está investindo em outras áreas deste lançamento?
Com essas respostas, você pode ancorar seu preço a um percentual do valor que o cliente espera gerar com seu trabalho.
Melhores Ferramientas para Ajudar na Precificação para Designers
Certamente, fazer tudo na mão pode ser trabalhoso. Abaixo, listamos tipos de ferramentas que podem ajudar:
- Planilhas Financeiras (Google Sheets, Excel): Crie sua própria planilha com as fórmulas. É a forma mais personalizada.
- Modelos de Proposta Comercial (Canva, Google Docs): Use modelos para criar propostas detalhadas.
- Softwares de Controle de Tempo (Toggl, Clockify): Monitore suas horas para estimativas mais precisas.
Inclusive, muitos desses tipos de ferramentas possuem versões gratuitas.
[Sugestão de imagem: Uma mulher designer sorrindo, enviando uma proposta comercial. Alt text: Designer freelancer finalizando a precificação e enviando proposta.]
Conclusão
Enfim, vimos neste artigo aprofundado:
- Os problemas da precificação errada.
- Como calcular seu valor mínimo por hora.
- Como estruturar um preço fixo por projeto.
- Como funciona a precificação por valor.
- Ferramentas para profissionalizar seu processo.
Não deixe de salvar este guia e, principalmente, de aplicar o conhecimento. A precificação para designers é uma habilidade que se aprimora com a prática.
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